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Ontem te escrevi outra carta, como as outras, cheia de positivismos, desejosa de que tudo de bom aconteça com você, eu queria que sua vontade fosse tão grande quanto a minha; se fosse, as coisas já teriam melhorado pra o seu lado. Não me importo que se apoie em mim, às vezes até gosto, mas você precisa fazer sua parte pra não tropeçar sempre, porque um dia eu posso estar distraída e você então, cairá.

Era assim nos feriados nacionais, nos finais de semana, nos dias que o ócio tomava conta; ficava horas sentado(a) naquele banco, frente à todas aquelas coisas que não respondiam nenhuma de suas dúvidas recém-geradas, talvez também, porque as respostas que vinham à tona não te coubessem como verdades. Quero verdades,  pensava .

Deixo o tempo passar, que é pra ver se ainda temos algum assunto pra compartilhar. Gosto do modo que sua lembrança boa se reproduz em mim todos os dias. É sempre a mesma coisa, dia após dia me dá uma vontade louca e por pouco, incontida, de te falar qualquer coisa, que é pra manter um contato, qualquer coisa que me faça manter um diálogo com você. A tarde passa, os assuntos passam por mim e não compartilho nenhum com você, fico pensando em como melhorar meu discurso, pensando na melhor maneira de te provocar um riso , daqueles bonitos que são só seus, quero que você sinta minha presença e goste disso o suficiente para poder sentir minha falta mais tarde.

Estamos aqui, agora, fazendo juras clichês um para o outro, dizendo que essa distância não irá se colocar entre a gente e que vai ser como se ela não existisse. Repetí isso a noite toda, tenho repetido todos esses ultimos dias que passei com você que é pra ver se meu discurso de eternidade fica mais forte, mais verdadeiro - pra me convencer, pra te convencer. Agora é esperar, que essas palavras carregadas de sentimentos vertam-se como verdades em nossas vidas.

Olharam-se nos olhos todas as noites que puderam, riram tão quanto dava vontade(e as vezes até mais), plantaram sementes regadas à saudades um no outro. Não consigo mensurar em palavras o bem que trouxe, mas foi grande, preciso e precioso.